quinta-feira, 20 de maio de 2010

Vocês não são rockstars




Ultimamente tenho acordado de bom humor. Me visto, tomo meu café da manhã ouvindo a guaíba e dando umas risadas com o Rogério Mendelski e o Juremir Machado, escovo os dentes e vou para rua pegar o ônibus. É aí que o meu bom humor não resiste, leva uma surra e é humilhado pelo ódio e fúria, dando lugar ao mal humor.
Por todos os cantos dessa cidade eu vejo jovens se vestindo como extraterrestres. Óculos gigantescos e coloridos, calças extremamente apertadas, nikes enormes e cheio de cores, gravatas, ternos sujos, camisetas curtíssimas, broches de londres, cabelos sujos, coloridos ou exageradamente produzidos, chapéu e gurias vestidas com a roupa de suas vós. Eu acabei de descer do ônibus e já tem um jovem estúpido importunando a minha vida e destruindo toda a minha paciência. Ele desfila com a sua calça vermelha socada no rabo, seu nike laranja com rosa e verde e seu cabelo escorrido na testa e na suíça. Essa maldita moda londrina trouxe consigo a moda do rockstar. Ser músico virou moda. Sempre tem um babaca abraçado num violão, perambulando por aí a espera que os outros pensem "olha lá, esse cara toca violão, ele é músico". A ponto de enfiar um pedaço de ferro dentro do meu estômago e fuçar até destruí-lo por completo, sigo em direção ao inferno que é a faculdade. Parece que entrei no Fashion Week. Por alguns segundos acreditei estar em um desfile de moda. O que é isso? Os jovens dessa maldita geração perderam o senso do ridículo? Parece que de uma hora para outra todos decidiram que moram em Londres. Eu não aguento mais ver vocês e essa mania de querer parecer diferente. É estilinho pra cá, estilinho pra lá e, no final das contas, vocês são todos iguais.
Eu não quero mais ver esse bando de jovem fedorento caminhando pelas ruas como se fossem rockstars ou como se estivessem vivendo dentro de um seriadinho. Maldita moda londrina e seus ícones drogados. E esses palhaços andam por aí com a mesma vestimenta dos seus ídolos. Se tu é um desses, eu tenho uma surpresinha pra ti: se vestir igual ao teu ídolo não causa a mesma reação nas outras pessoas como a que tu tem quando tu olha pra ele. Em outras palavras: tu, com a mesma vestimenta do teu ídolo, não fica tão legal quanto ele parece. Da pra entender? Tu não passa de um babaca querendo pagar uma de rockstar. Essa é a imagem que tu passa, otário. Um trouxa sem personalidade querendo mostrar para os outros o quanto tu adora música e os teus ídolos idiotas.
Avisto um lixo humano vestido com um terno sujo em meio a multidão. Ele está no lugar mais visível possível com um Marlboro fedorento na boca. Ele nem traga. Apenas põe aquela merda na boca e já assopra o mais rápido possível. Pra que isso? Pra se achar. Presta bem atenção seu jovem imundo: ir para a faculdade de terno e ficar fumando não te faz o The Strokes do momento. Quem gosta de cigarro não fuma no meio de todo mundo cheio de poses. Sabe o motivo? Porque essa é a diferença entre um cara que É o que É e um cara que apenas quer aparecer para os outros o que deseja ser. Joga esse cigarro e fora e some do meu campo de visão. Colocar uma regata branca nesse teu corpinho miúdo para mostrar o teu braço tatuado, uma calça jeans rasgada e um chapéu não te faz o superstar da galera. O teu braço tatuado não te faz o malvadão do hardcore; te faz um abobado que gastou uma nota preta pra se mostrar aos outros. Por falar em tatuagem, o que dizer daquelas otárias (normalmente são gurias) que tatuam uma merda de uma clave de sol no punho ou atrás da orelha só para mostrar aos outros o quanto elas amam música? Essa é outra coisa que eu odeio: gente dizendo que não vive sem música. Gurias de merda fãs de Avril Lavigne e Paramore querendo ser a Hayley Williams. Olha aqui, seus seres inferiores metidos a músicos: eu cresci no meio musical. Conheço, tive professores e amigos profissionais nisso. Sabe quantos se vestem de modo extravagante, tatuam clave de sol e tentam, de todas as formas, mostrarem que gostam de música? NENHUM. Sabe porque? Pois eles são o que são. São seguros de sí, pois sabem o que são. Aprendam de uma vez por todas que vocês não são rockstars e não vivem em um seriado de televisão.
Após uma manhã inteira observando essa gente horrível, já estou quase vomitando e desejando que eu morra afogado no próprio vomito. Pego o ônibus de volta para casa. No caminho, tenho a leve impressão de ter visto um ser de outra galáxia habitando o meu planeta. O imbecil vestia um canguru listrado verde e branco, um óculos amarelo enorme, uma calça amarela enfiada no intestino grosso e um tênis colorido. A minha vontade era de pegar um trator, tombar o ônibus em cima dele, deixá-lo esmagado só com a cabeça de fora, pegar uma cadeira de praia, uma limonada e assisti-lo sofrer até a morte.
No orkut, tem aqueles infelizes com álbuns de filmes e seriados; na legenda, colocam diálogos dos mesmos. Fotos cheias de poses, títulos em francês, tentando pagar uma de cult. Merda de juventude. Vocês só querem saber de aparecer. Tudo pra eles é estilo, visual, ser famosinho, ter seguidores no twitter, comentários nas fotos. PAREM COM ISSO.
Vocês não sabem o quanto foi difícil escrever esse texto. O ódio e a fúria crescia dentro de mim em meio a escrita. Acabei espancando com o caderno os meus quatro cachorros. Parem de querer aparecer. Seus indies babacas, vocês não estão em Londres, muito menos em 1970. Eu não quero mais saber dessa gente circulando por aí, achando legal se vestir como um cheirador de cocaína imundo, fazendo poses, caras e bocas com um maldito cigarro. Eu não aguento mais essa juventude cheia de estilo. Podem me xingar nos comentários, marcar que o texto é "um lixo" e me encher o saco. Eu não me importo. Não quero partilhar das mesmas idéias com gente que se ofenda com esse texto. E não adianta dizer para eu deixar eles em paz, pois eu estou deixando. Apenas estou reclamando do que eu não gosto e, se vocês reclamarem da minha opinião, estaremos quites. Maldita geração estilinho.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

"Baladas"

Eu não aguento mais ouvir ou ler essa maldita palavra "balada". Será possível que as pessoas não percebam o quão ridículas elas são denominando uma festa de "balada"? E o que dizer daquelas pessoas emitindo a frase mais horripilante já inventada pela humanidade: "qual é a NOITE hoje?". Parem com isso.
Como em todo o fim de semana, eu pego meu carro e vou dar uma volta pela cidade para pensar um pouco na vida e achar soluções para ela. Algo me impede e eu não demoro muito para descobrir o que é: pessoas. Ah, como eu odeio pessoas. Logo na minha primeira parada em um posto para abastecer, a minha vida começa a piorar. Lá estão aqueles inúteis em volta de um carrão, ouvindo uma música nojenta em um volume ensurdecedor, bebendo e fumando, com a camiseta mais curtinha possível (não importa o frio que faça) para tentar atrair umas "gatinhas" (outra palavra horrível) mostrando o bíceps inchadinho do treino que fez há algumas horas. Tomara que fiquem bêbados e morram no primeiro poste que aparecer.
Saindo de lá o mais rápido possível, pois aquela cena me perturbava, passo na frente de uma famosa "balada" e é aí que a vontade de me atirar pela janela do carro em alta velocidade, ser atropelado por um ônibus na queda e ser comido por larvas aumenta. Lá estão aqueles babacas na frente do lugar, reunidos em grupinhos. Todos os grupos são exatamente iguais: um otário com uma garrafa de sprite misturada com algum destilado nojento, bebendo para mostrar que ele é o bêbado da turma. Outros infelizes berrando e rindo alto para chamar atenção com aqueles cabelos entupidos de gel e mais alguns bebendo cerveja para completar o círculo dos otários.
Na imensa fila para entrar na "balada", é hora das mulheres. Eu não vou poupar vocês. Começo com aquelas chatas que deixam no nick do msn "noite" ou "balada". Ficam berrando junto as amigas com aquelas vozinhas finas e irritantes para mostrar aos outros que estão se divertindo e que são as festeiras da turma. Parem de berrar. Só vai na festa, te diverte e fica quieta. Também tem o grupo das patys cheias de sí: ficam na fila com aquela cara de mal humor, todas produzidas, sabendo que todos os homens do lugar querem comê-las e que elas vão esnobar, pois são as superiores do local. Adoram dizer que "só vim pra dançar". Porra, se tu só quer dançar, fica em casa, liga o som e dança. Vai me dizer que pra dançar tem que se produzir, escolher roupa, colocar um salto, pagar 30 reais (ou mais), ficar socada num lugar entupido de gente, suar feito uma porca e ir embora toda suja parecendo que foi estuprada por um elefante? Não é possível que alguém goste tanto assim de dançar. A real é que elas estão ali para atraír os machos e ter o seu ego inflado quando passarem pelo grupo do babaca com a garrafa de sprite e eles e seus amigos chuparem os dentes tentando demonstrar tesão. Se tu não sabe, a dança é o primeiro passo para o acasalamento. Sendo assim, tu vai pra festa em busca de SEXO.
Também tem o grupo das babacas que acabaram de completar 18 anos e acham que são as adultas. São aquelas que passam o dia inteiro lendo Harry Potter e assistindo seriadinho e vão para as festas tentando imitar as mulheres que elas assistem nesses seriados chatíssimos. Essas não duram muito tempo, pois a mamãe não deixa ficarem até tarde. Voltam pra casa para continuar o Harry Potter ou brincar de jardim de infância com as amiguinhas que vão dormir juntas.
Mesmo sentindo toda a raiva que um ser pode suportar, eu resolvo entrar na maldita festa com esperanças de que eu vou encontrar uma pessoa diferente. Grande cagada. Parece que eu entrei no hospício. Uma gritaria avassaladora, uns xaropes berrando para chamar atenção, uns fedorentos se contorcendo para fumar um maldito cigarro em meio a multidão, todos suando naquele calor inaceitável. As mesmas mulheres que não querem ser tratadas como objetos estão vestidas como um; os homens atacam-as como num campo de acasalamento; os perdedores sem coragem de falar com elas bebem até vomitar. Uns otários saem na porrada para mostrar que são os machos dominantes da floresta, numa clara falta de controle sobre seus instintos.
Não aguento mais e vou embora. Lá fora estão as meninas em coma alcoólico vomitando o bile, um pitboy ridículo em um carro terrível com um "batidão" insuportável torrando a paciência dos moradores da rua. Alguns círculos de otários restam em volta de outros carros. Uns infelizes tentando mostrar que estão bêbados, ficam berrando e atirando garrafas no chão. Resolvo ir para casa quando um vendedor ambulante berra com toda a sua força direto na minha orelha: DOIS LATÃO POR CINCO. Primeiro: não berra; segundo: se eu quiser, eu peço. Não é berrando no meu ouvido que vai me dar vontade de comprar a cerveja de ti. Não posso entrar no meu carro, pois um flanelinha acha que eu devo algo para ele só porque ele moveu os braços enquanto eu manobrava e que, supostamente, estava cuidando do carro. Eu já pago seguro e imposto pra isso. Quase entro numa batalha glacial para entrar no carro. No trânsito, não posso olhar para o carro ao lado, pois corro o risco de ter o meu destruído e ser espancado por um playboy metido a maloqueiro que, inseguro de sí, acha que todos olham para ele em tom de deboche e desafiador.
Acabem com essas "baladas". Eu não suporto mais. Até quando? Até quando teremos esses lugares que não passam de arenas para disputa de egos. Quem parece mais feliz, quem parece beber mais, quem parece mais bonito, mais pegador e por aí vai. Morram todos e me deixem em paz.