quinta-feira, 31 de março de 2016

Personalidade própria: tenha ou contrate um “assessor de imprensa”

Conforme dito no meu podcast, aqui está o texto mencionado. Entre parênteses e em vermelho são as respostas do professor. O "4" é a nota. Em azul e entre parênteses os meus comentários pós correção do professor. Preto é o texto original.

Personalidade própria: tenha ou contrate um “assessor de imprensa”

Tenho de começar o texto de forma direta aos professores que lerão esse “artigo”, pois não consigo fingir impessoalidade por aqui. Me sinto moralmente proibido de usar uma linguagem “formal” cheia de regras aprendidas na faculdade como se isso daqui fosse ser publicado em algum jornal ou qualquer coisa do tipo. Escrevo para o meu público alvo: os dois professores. Por isso esse tom. Me responsabilizo se a desobediência custar alguma nota. (Arthur, acho que temos um começo de trabalho truncado....sim, vc “tem que começar o texto – 30 linhas – de forma direta pois foi solicitado um artigo. Foi solicitado para vc que escrevesse um artigo e não tinha público definido. O artigo é a TAREFA prevista para vc produzir. Sim, a desobediência sempre tem seu custo....) (É exatamente esse tipo de coisa que eu explorei no podcast. Essas regras vazias sem sentido algum. "Artigo sem público definido". Por quê? Por acaso estou falando pras paredes? Eu sei exatamente quem vai ler as minhas palavras: apenas dois professores. Por que eu vou fingir que sou um articulista, que estou escrevendo para uma revista ou jornal? Se eu escrevesse para uma revista ou jornal, talvez eu adotaria um estilo diferente, MAS jamais escreveria para um público não definido. Eu sei quem é e sei quem seria meu público, eu escreveria em tom direto.)
    Nas duas vezes em que cursei essa disciplina - a primeira vez há uns dois ou três anos  e a segunda agora - este trabalho foi proposto. (Arthur, estou na disciplina há 10 anos e nunca pedimos um ARTIGO com base e uma mesa redonda. Aliás, é o primeiro semestre, nos 10 anos, que juntamos dois profissionais em funções diferentes para esse tipo de atividade. O que sempre fizemos, e faremos, é a produção de um RELEASE, que eu imagino que vc já consiga diferenciar de um ARTIGO) (Mentira ou engano. Teve, sim, uma "mesa redonda" com um profissional da área e, se não me engano, ela trabalhava na área da agropecuária. Na ocasião a "mesa redonda" foi feita em sala de aula e, depois do intervalo, fomos para o laboratório de informática redigir o artigo opinativo. Eu escrevi basicamente as mesmas coisas que escrevi aqui nesse texto e tirei 8. Eu nunca fiz release, pois tranquei a cadeira dias depois devido aos trabalhos em grupo que fora proposto). Na outra ocasião também foi levada uma assessora de imprensa, mas não recordo de qual empresa. O tempo pode ser um bocado distante, entretanto as frases são as mesmas. As perguntas também. Por exemplo: “devemos ter uma relação boa com o cliente”. Isso é algo que precisa ser dito? Em alguma atividade devemos ter uma relação ruim com o cliente ou com quer que seja? “Qual o futuro da profissão?”. Há dez anos alguém diria que hoje teríamos o WhatsApp, Twitter, Facebook e que toda a atividade seria feita por meio disso? Não. Ninguém. Eu aposto todo meu patrimônio que ninguém nunca disse isso. Portanto, qual o sentido real dessa pergunta? (Onde começa mesmo o seu artigo?) (Já começou há tempos. Desculpe-me por não seguir as regrinhas impostas simplesmente por serem regras.)
    Outra que nunca some das discussões na faculdade: comparar a atividade jornalística com medicina, engenharia ou contabilidade. Já ouvi a frase “se querem algo fácil, saiam do curso de jornalismo e vão fazer engenharia, pois lá tudo é exato”. Um delírio completo. Dentro do universo da assessoria de imprensa os profissionais da área sempre entram nesse clichê. Hoje foi dito que o cliente não pode ver a matéria, assim como ele não realiza o exame no lugar do médico ou não pede o relatório para o contador. (Arthur, será que vc escutou o mesmo que os demais colegas? Foi dito que o cliente NUNCA deve pedir para ver a matéria do JORNALISTA que entrevistou ele na redação) (Sim, é exatamente contra essa afirmação que eu estou me opondo. O cliente nunca deve pedir para ver a matéria que o jornalista escreveu sobre ele. Por quê? O argumento usado por um dos dois convidados da mesa redonda foi que "quando vamos no médico, não pedimos para realizar o exame no lugar do médico" ou algo do tipo. E "quando declaramos o imposto com o contador, não pedimos para conferir se realmente está certo". Um absurdo.) Outro delírio. Se eu fizer o exame no lugar do médico, eu vou me matar. Se o cliente ler a matéria, nada vai acontecer. “Ah, mas isso desvaloriza a profissão”. A profissão já é desvalorizada pelo fato de o cliente sentir-se livre para pedir ou sugerir ler a matéria, algo nunca ocorrido na história da Medicina.
    O assessor de imprensa é um refém do pensamento predominante na sociedade. (Profundo isso, mas – desculpe – não entendi!!!) (O assessor de imprensa tem que se curvar ao que é aceito predominantemente pela sociedade. Como o objetivo dele é alavancar a imagem do cliente/empresa, ele está preso ao que as pessoas aceitam ou não aceitam. A imagem do cliente/empresa é o que as pessoas pensam sobre ele. Se o assunto do momento é o "ambientalismo", o assessor de imprensa será obrigado a guiar a empresa a fazer ações que estejam de acordo com isso mesmo que os seus diretores e funcionários por ventura possam acreditar que o aquecimento global não existe. Se o assunto do momento for o feminismo, o assessor de imprensa vai guiar o seu cliente a divulgar textos, ações, eventos e opiniões favoráveis a essa iedologia, mesmo que os diretores e funcionários da empresa não concordem com ela. O assessor de imprensa é um refém do discurso politicamente correto do momento e suas ações e palavras sempre serão direcionadas nessa direção por mais que não faça sentido defender tais causas.) Não interessa o que é certo, errado, verdadeiro ou falso. Interessa é o quê é aceito pelas pessoas (Pessoa? Quem? O editor dele?) (Pelo público que define a imagem do cliente ou da empresa assessorada.) . E o politicamente correto é a base do comportamento humano hoje. Assim, esses pensamentos devem ser aproveitados pelas empresas - via assessor de imprensa - para criar uma “boa imagem”. Feminismo, eco-responsabilidade, ambientalismo, vitimismo de negros, índios, gays e outras “minorias” são os norteadores disso tudo. E esse é outro ponto importante: toda vez que uma empresa realiza alguma ação planejada pelos assessores de imprensa visando a “boa imagem” da marca, ela não está realmente se importando com aquela causa (Todo pensamento absoluto é arriscado. Isso significa que não existe empresa que tenha boas práticas?) (A frase "todo pensamento absoluto é arriscado" também é um 'pensamento absoluto'. Seguindo: sim, não existem empresas que tenham boas práticas. Existem empresas que querem lucro. O assunto do momento é feminismo? Vamos realizar ações, divulgar textos e nos posicionarmos em favor disso para agradar as massas e não perder reputação nem manchar a nossa imagem.  Assim, não teremos prejuízos. Toda ação de uma empresa é um meio para ter lucro. Por exemplo: uma loja de roupas passa a adotar modelos plus size nas suas campanhas e a afirmar que padrão de beleza não existe e que 'todas as mulheres são bonitas'. A empresa realmente ACREDITA nisso ou está usando do assunto politicamente correto do momento para não perder clientes e ter uma imagem ruim? Outro exemplo: uma empresa de roupas que só usa modelos tradicionais nos seus comerciais e é atacada nas redes sociais por politicamente corretos ameaçando boicotar a marca caso ela continue assim, acusando-a de 'preconceito'. A ação do assessor de imprensa nesse caso é lançar um texto e planejar campanhas que se curvem ao pensamento dessas pessoas. O assessor de imprensa é um refém da minoria barulhenta); ela está - única e exclusivamente, se preocupando com a imagem da marca. Se as causas na moda fossem outras (com as mesmas pressões sociais), as empresas estariam aderindo a essas outras causas. Portanto, o papel do assessor de imprensa é tirar qualquer personalidade (????) (Por exemplo: uma marca que seja destinada ao homem e que valorize a masculinidade. Suas campanhas, textos e redes sociais são todas voltadas ao mundo masculino tradicional: violência, peitos, bunda, futebol e piadas ignorantes. Coisas que o homem tradicional se identifica. Essa é uma personalidade forte, real e sincera. A partir do momento em que essa marca começa a ser atacada pelo movimento politicamente correto por 'não dar espaço para as mulheres', 'usar o corpo da mulher como objeto sexual', 'fazer piadas ofensivas' ou QUALQUER BOBAGEM do tipo, o assessor de imprensa desse cliente será OBRIGADO a se curvar a essas opiniões e passar a moldar a personalidade da empresa para a personalidade que essa minoria histérica e barulhenta quer).   que porventura a empresa possa ter fazendo campanhas politicamente corretas e passar a mão por cima dos histéricos militantes sociais que, se forem contrariados, boicotarão a marca.

(Aqui acabam as 30 linhas solicitadas) (Da próxima vez que eu estiver ouvindo Master of Puppets, do Metallica, eu vou parar de ouvir no meio do solo, aos cinco minutos, e dizer "aqui acabam os cinco minutos imposto pela gravadora". Vou ignorar toda a criatividade do Kirk que estava a todo vapor naquele momento por causa de uma regra estúpida e sem sentido. Aqui vai outro assunto que mencionei no podcast: 2016 não existe mais regra de texto. Nós não vivemos no mundo do papel onde temos que respeitar espaços e limites. Não posso privar o meu cérebro de mandar meus dedos escreverem loucamente porque decidiram sem reflexão alguma que "são 30 linhas e acabou". Enquanto eu tiver coisa na minha mente, eu vou escrever. Isso vale, também, para a regra de "no mínimo tantas linhas". Se o cara é capaz de expressar a opinião dele em MEIA PALAVRA, isso é incrível.)


Pode parecer fácil defender essas causas, mas a mente dos politicamente corretos é desprovida de lógica (Alguns amigos meus, politicamente corretos, adorariam ler isso!!) (E então? Eles não conseguiriam conviver em um mundo divergente? Todos têm de ser exatamente igual? Assim como eles acham que a mente do politicamente incorreto é racista, homofóbica, misógina e ofende pessoas, eu acho que a mente deles é desprovida de lógica. O mundo é livre). É tudo na base da emoção. Por exemplo: a última campanha do Internacional no dia internacional das mulheres. A frase “mesmo depois de tantos títulos, a maior conquista delas continua sendo a nossa admiração” foi uma tentativa de aderir ao pensamento politicamente correto e clichê, mas caiu nas garras da histeria coletiva e acabou a prejudicar a imagem. É extremamente ilógico as mulheres brigarem anos a fio para entrar no mundo do futebol, reclamando mais espaço nas arquibancadas, na imprensa esportiva e mais atenção dos clubes e, quando isso acontece, elas se incomodarem mesmo assim. Elas pediram a atenção, a “admiração” no mundo do futebol por muito tempo. Mundo onde elas eram invisíveis, desprezíveis. O clube, querendo dizer “vocês lutaram tanto tempo parar entrar no mundo do futebol e conseguiram, essa é a maior conquista de vocês para mim, que sou um clube de futebol e só posso avaliar alguém dentro desse universo”. (Mas a gente não estava falando sobre assessores e empresas? De onde tiramos as mulheres??) (Foi mencionado pelos dois assessores de imprensa da mesa redonda esse assunto e os assessores do Inter foram criticados por deixar passar essa campanha. Não era pra fazer um artigo baseado nos assuntos comentados nessa mesa redonda??)Também cabe dizer que palavras, no fim das contas, não significam nada. Se você se ofende ou se incomoda com palavras, é muito provável que os seus pais não poderiam ter tido filhos em primeiro lugar.
Do outro lado da moeda, longe de todo politicamente correto, causas, ações para “melhorar a imagem” da marca e preocupações exageradas, há um sujeito que ignorou todas essas regrinhas e está mostrando que uma boa personalidade dispensa assessores de imprensa: Donald Trump. Ninguém entende, ou finge entender, como ele está patrolando todas as primárias das eleições dos Estados Unidos e os debates presidenciais. É simples: ele não precisa de assessor de imprensa e é isso que o público quer. Alguém verdadeiro que não se importe com pressões sociais e histerias coletivas. Os outros candidatos - as outras “marcas” - parecem robôs repetindo cautelosamente tudo o que os assessores de imprensa mandaram falar. Nenhuma frase de efeito, nada impactante. Só frases mansas. Tudo calculado para não despertar a ira do público. (Mas a gente não estava falando sobre assessores e empresas? De onde tiramos as mulheres??) (Donald Trump não é mulher)
É lógico que entendo nenhuma empresa querer correr o risco de ter personalidade própria, pois algumas nem a tem e são obrigadas a recorrerem aos assessores e publicitários para criá-la (Oi??) (Normalmente quando alguém cria uma empresa, essa pessoa contrata um time de assessores e publicitários para ajudar a definir a personalidade da marca/cliente/empresa Como essa trupe toda está refém do assunto politicamente correto do momento, a personalidade da marca/cliente/empresa será algo voltado a esses assuntos.) O problema é que personalidade não se cria. Quando se tenta criar, cai no clichê. E o clichê é o politicamente correto, o pensamento dominante.